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"Twins. What a twist." |
Lembro que, na crítica dos dois primeiros episódios da série, desabafei sobre como as consequências de Guerra Infinita/Ultimato
foram mostradas no segundo filme do Teioso, que haviam resumido tudo como um “Blip”.
Acho que me enganei, em partes, pelo menos. O problema não foi o nome que deram
para a o retorno de meio universo, mas sim a forma que usaram pra mostrá-la.
Pense e observe um pouco: você não tem a impressão de que Longe de Casa se passa
num universo paralelo? Como se fosse de uma realidade diferente da que aconteceu a Saga do Infinito, mesmo, é claro, que tenha suas conexões. Creio que se deve
ao fato de o filme levar essas consequências de maneira jovial demais.
Estou dizendo isso porque
este quarto episódio de WandaVision, nos seus primeiros cinco minutos, me pôs em um
estado de euforia que eu não sentia há muito tempo, justamente por me fazer
sentir como se estivesse, finalmente, vendo as consequências reais do estalo do
Tony Stark: desordem.
Quando Monica Rambeau (Teyonah Parris), agora mais velha (e a futura Espectro), retorna das cinzas em meio a um hospital junto de
milhares de pessoas. A moça, desorientada, busca saber o que está acontecendo
e, assim como todos no local estão perdidos, enquanto mais e mais pessoas vão
ressurgindo. Mesmo que este ponto de conexão tenha sido breve, valeu como um
sopro muito satisfatório por nos fazer sentir cada vez mais submersos no UCM.
Se nesses primeiros minutos
ele se conecta com a fase três, o restante nos mostra os acontecimentos do lado de
fora do campo de força que Wanda criara em Westview, com o FBI investigando o
local antes da S.W.O.R.D. ser notificada da gravidade do problema e instalar uma concentração
em volta da cidade. E algo que deve ser pontuado aqui é como os roteiristas
conseguiram equilibrar muito bem os esclarecimentos. Sem diálogos expositivos
sobre a situação, a maioria nos é mostrado, e não contado. Some isso com o retorno
de personagens secundários de diversos filmes anteriores e nosso anseio por
respostas só aumenta.
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Aaaah, eu peguei essa referência, hein?! |
Aliás, aqui outro ponto
muito positivo pra Casa das Ideias. A subversão em dar o protagonismo para
esses personagens que antes eram apenas alívio cômico foi certeira! Suas personalidades
que agem em prol do “Humor e Piadas Marvel” ainda estão aqui, é claro, mas
muito bem dosadas e usadas. Ademais, quem iria imaginar que um policial de Homem-Formiga e a Vespa (John E. Woo, vivido por Randall Park) e a BFF de Jane Foster (Darcy Lewis, vivida por Kate Dennings) iriam agir em conjunto algum dia tendo atenção só para eles? A série é e
continua sendo do casal da capa, mas com certeza não estão sozinhos aqui. No
escopo geral, a Marvel fez questão de lembrar como ela mistura suas obras muito
bem, sem ligar mais em fazer resumos tim tim por tim tim de eventos passados
para que você não fique por fora dessa. Se você pular algum, vai deixar algo
passar batido por pura insolência.
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"It's all Wanda" |
Os momentos finais, é
claro, nos dão mais um gostinho de "quero mais", e uma confirmação de que estamos
diante de uma Wanda ameaçadora, não reduzindo ela a um status barato de “vilã
louca” (parabéns, Game Of Thrones, nota zero pro seu final), mas sim uma mulher
que aparenta estar desamparada e que só quer paz em um mundo paralelo e perfeito que ela mesmo criara, e que pode, se
assim tiver que ser, fazer de tudo para que não a atrapalhem. Eu tenho um pouco
de pé atrás quanto ao rumo que vão dar para a Feiticeira Escarlate dado o
histórico do estúdio, mas esses primeiros episódios me fazem ter esperança de que este estudo de personagem mantenha o alto padrão.
WandaVision só melhora a
cada semana, ponto. Qualquer um que discorde disso não reconhece a jogada
incomum que a Marvel está aprontando com seu universo, nos mostrando muito mais
do cerne de seus personagens de forma mais do que satisfatória. Se ela vai
manter isso até o final da temporada, só esperando o próximo capítulo pra saber. Só que eu já estou dizendo isso há três episódios, então minha esperança só
aumenta.
P.S.: Prestem atenção na trilha de Christopher Beck. Reparem como a sonoridade dela (principalmente a música tema da série) soa muito com as trilhas dos longínquos filmes da fase dois do UCM, como a abertura daquela fase, por exemplo, que segue sendo a melhor que a Marvel fez até hoje. Pra quem não se lembra, é só clicar aqui.
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